Hiperconexão é um grande problema dos dias atuais
Cerca de 80% das crianças e jovens navegam na internet sem o controle dos pais. Na verdade, 45% dos pais nem fazem ideia de quanto tempo seus filhos passam em frente ao computador. Esse é o resultado de uma pesquisa da consultoria Prince & Cooke, que entrevistou mães e pais de crianças de 7 a 14 anos.
Pesquisas apontam que redes sociais como o Facebook e Twitter têm sido menos utilizadas entre os jovens por serem controladas pelos pais. Assim, eles migraram para os aplicativos de celular que permitem conversação, tais como o Whatsapp e o Snapchat, onde o conteúdo pode ser facilmente apagado, sem rastros para a censura dos cuidadores.
Muitos dos pais de hoje são de uma geração que não cresceu utilizando dessa tecnologia. Em sua maioria, não tem noção do perigo que a internet pode trazer. No que se relaciona à sexualidade, muitos jovens buscam sites de sexo explícito no mundo digital. Ficam assim diante de conteúdos que não são verossímeis à realidade. Assistem a cenas de sexo grotescas, abuso sexual de mulheres e sexo com menores.
Além de estimular expectativas falsas, sobretudo nos garotos que esperam performances de atriz pornô das namoradas, a pornografia online pode tirar um pouco a graça do sexo fora do universo virtual.
A explicação é a seguinte: o jovem fica tão saciado com o que está vendo que não se interessa mais pelo namoro. O rito da sedução e da fantasia até chegar ao ato sexual e ao orgasmo perde o encanto. Fica dessensibilizado para o sexo com outra pessoa.
Para Paulo Rennes, Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Sexual da Universidade Estadual Paulista, a busca pelo prazer imediato da pornografia também tem origem na repressão imposta pela sociedade, que não permite a existência de uma espontaneidade sexual. “Se os jovens não têm outras fontes de informação, espaços para reflexão, possibilidades de questionamento, só conhecerão e reproduzirão a prática sexual oferecida na pornografia”.
A exposição de conteúdos sexuais não adequados a crianças e jovens antecipa uma curiosidade que deveria ser respeitada nas diferentes fases do desenvolvimento humano. O jovem vem adquirindo maturidade emocional para lidar com as implicações de uma relação sexual ao longo de sua vida. Estimular essa antecipação é prejudicial ao desenvolvimento emocional e sexual de um jovem, que pode vir a ter fantasias e ansiedades desnecessárias quando for um adulto.
O ideal seria que o começo da utilização da internet pelas crianças fosse acompanhado dos pais em casa. Contudo, isso implica em algumas questões. Muitas casas ainda não possuem acesso a internet em um computador. A maioria dos pais não tem conhecimento tecnológico para ensinar seus filhos. Eles também não mensuram o tamanho do perigo envolvido, como já mencionamos.
O perigo abrange outras formas de violência cibernética como cyberbulling e sexting.
Bullying (expressão traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”) tem como principal característica a agressão (física, moral ou material). Sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos. Bem como, textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying.
Dentro do cyberbulling, há uma ramificação denominada sexting, onde conteúdos de origem sexual, fotos e vídeos em sua maioria são postados na internet sem o consentimento da pessoa. O sexting vem sendo usado como uma forma de “revanche sexual”. Há muitos casos de ex-namorados(as) que postaram na internet tais conteúdos como vingança após o termino do namoro. Tais comportamentos só mostram que os jovens estão cada vez menos preparados para lidarem com suas frustrações emocionais.
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E as consequências emocionais para os que sofrem esse tipo de violência, muitas vezes, abarcam a depressão, crises de síndrome do pânico e, em casos graves, o suicídio. É de máxima importância que os pais orientem cada vez mais seus filhos sobre os perigos da utilização da internet. Esta é somente uma ferramenta facilitadora. Porém, muitas vezes é usada de forma a errônea e pode levar a graves traumas.
Criar um filho nos dias atuais não é uma tarefa fácil. Qual é a melhor maneira de dosar a liberdade e o controle? Para muitos pais, trata-se de buscar o equilíbrio entre a privacidade e a preocupação. Somente com muita conversa é possível encontrar esse equilíbrio. Se uma criança ou jovem começar a apresentar um comportamento fora do usual dela – como não querer ir à escola, sair ou brincar, não dormir e não comer – , é muito prudente que um psicólogo averigue o motivo desse comportamento. Algo sério pode ter acontecido sem que os pais tenham tomado conhecimento.
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Artigo revisado em: 18/10/2019
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