Computador, tablet, laptop e especialmente smartphone parecem fazer parte de um rol de itens obrigatórios nos dias de hoje. E lá vai você usar o computador no trabalho, checar as redes sociais, conferir o vídeo que está bombando ou caçar ou bichinhos virtuais com o celular. Sem dúvida, a internet trouxe inúmeras possibilidades e novos caminhos para a diversão, para o aprendizado e para a comunicação. Acrescente-se a isso o fato de terem derrubado barreiras, nos colocado em contato com o mundo todo, e você terá um retrato da sociedade atual. Bem vindo à era da hiperconexão!
Mas como tudo na vida, há prós e contras envolvidos. “Muita gente depende da internet para trabalhar ou estudar. Paralelamente, cada vez mais, nos comunicamos, expomos nossa rotina e principalmente nossos acertos por meio das redes sociais. Assim também nos divertimos, claro.
Até aí, nada de errado. Contudo, o problema começa quando você passa a maior parte do seu tempo conectado”, alerta a psicóloga Patrícia Mendonça. Segundo a especialista, há relatos de hiperconexão de pessoas que passam até 16 horas ao dia plugados.
“Entre as consequências que atingem o cotidiano, vemos pessoas perdendo seus empregos, prejudicando o rendimento escolar e até pondo fim a relacionamentos afetivos”, relata a psicóloga Patrícia Mendonça.
O físico e o emocional também sofrem com a hiperconexão. São comuns problemas ortopédicos (mãos e coluna) e oftálmicos (de vários tipos). E também psicossomáticos, como dores de cabeça e insônia causados pela ansiedade e a tensão pelo uso da internet e especialmente pelo distanciamento dela por alguma razão (falta de energia elétrica, aparelhos que quebram).
“Entre os problemas psicológicos vemos muitos casos de irritabilidade, ansiedade, isolamento e depressão. A ansiedade e a depressão estão muito ligadas ao fato de que nas redes sociais as pessoas costumam publicar uma versão ‘editada’ de suas vidas, onde tudo é belo e satisfatório”, explica a psicóloga Patrícia Mendonça.
Ou seja, isso pode levar o hiperconectado a fazer comparações injustas e irreais com a própria vida, o que também desencadeia um forte processo de ansiedade na tentativa de buscar melhores resultados para si. “Há ainda perda de capacidade de foco e atenção sem falar em pequenos acidentes. Quem nunca deixou a comida queimar enquanto navegava na web?”, constata a especialista.
A hiperconexão ainda não é reconhecida como doença e não consta dos manuais de diagnósticos de distúrbios mentais. “Porém, especialistas concordam que ela pode ser considerada um efeito de distúrbios emocionais já existentes, como a compulsão, o transtorno de déficit de atenção e a hiperatividade“, diz a psicóloga. De acordo com Patrícia, a baixa autoestima e a timidez também costumam estar presentes entre os viciados em tecnologia.
A relação on-line cria uma espécie de proteção e permite que mostremos apenas uma parte de nós – aquela de que gostamos ou até uma inventada. “De qualquer forma, não é complicado entender que as recompensas rápidas oferecidas pela internet trazem uma sensação muito agradável.
Afinal, o cérebro passa a liberar hormônios de prazer como a serotonina e a noradrenalina. De tal forma que a reação é bem parecida com a do uso de drogas. Ou seja, quanto mais você consome, mais quer consumir para manter o estado de euforia ou de satisfação.”
Se você apresentar com frequência os sinais abaixo, procure ajuda:
– Necessidade enorme de saber sobre o que estão falando na internet.
– Ansiedade constante relativa ao número de pessoas que o acompanham nas redes. Ou ainda preocupação excessiva quando alguém o exclui de seus contatos.
– Alta irritabilidade e ansiedade quando não pode checar seu celular ou seu computador.
– Diminuição das relações off-line e das atividades no mundo real.
– Deixa compromissos pessoais e profissionais para ficar na internet.
– Mantém-se conectado o tempo todo, interagindo on-line, mesmo em festas, no trabalho ou em reuniões.
– Mente sobre o tempo que passa conectado para evitar críticas.
“O primeiro passo sempre é admitir que o problema existe! Ainda não há medicamentos específicos, mas muitos psiquiatras tratam os distúrbios base, aqueles que podem causar o excesso de conexão. E a psicoterapia é de extrema importância”, diz Patrícia Mendonça.
Com a ajuda de um psicólogo, você vai entender, refletir e trabalhar as causas e as consequências desse desequilíbrio. Todas as linhas de tratamento psicoterápico podem ajudar. Entre as mais usadas estão a psicoterapia breve, o aconselhamento psicológico e a terapia cognitiva comportamental. Nos Estados Unidos, são usados métodos semelhantes ao dos Alcoólicos Anônimos em terapias de grupo com relativo sucesso.
“Também recomendo que, junto com a psicoterapia, a pessoa faça uso de técnicas de relaxamento e meditação. Essas duas ferramentas vão aumentar sua capacidade de autocontrole e seu foco, além de diminuir muito a ansiedade e a irritabilidade”, sugere a psicóloga.
O importante é saber que há saída e ela não necessariamente inclui a proibição total do uso da tecnologia e dos aparatos tecnológicos. A ideia é apenas trabalhar seu uso racional.
Caso sinta a situação fugindo do controle, busque ajuda de um psicólogo! Fale conosco e encontre um profissional qualificado perto de você.
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Artigo revisado em: 21/10/2019
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Rede social é uma coisa boa uma coisa ruim Dependendo da forma que você usa tem gente que usa para o meio de trabalho já outras uso em excesso Isso é muito ruim porque esquece que tem coisas a fazer no mundo real isso pode prejudicar sua saúde pode distanciar você das pessoas que te ama e as maiorias das doenças são de depressão que causada pela ansiedade