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Feedback: a importância da retroalimentação para nossa mente

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O feedback é uma forma de retroalimentação, ou seja, de transmissão de uma resposta de uma pessoa para a outra sobre determinado comportamento, seja ela positiva ou negativa, com o objetivo de analisar seu desempenho.

Passar um bom feedback ajuda a conquistar uma posição assertiva em uma relação, seja ela qual for. Apesar do termo estar mais presente no meio empresarial, o feedback também é essencial para relações sociais, íntimas ou qualquer outra forma de contato.

Para a psicologia, o feedback é fundamental em qualquer conversa com um profissional da área durante sessões de terapia, por exemplo. Se não houver feedback em cada novo encontro, o resultado do tratamento vai caindo progressivamente, dado que o psicólogo não irá compreender a etapa do paciente e o paciente não saberá o que se espera dele, assim como não saberá o que fazer para melhorar.

Nesse âmbito, o feedback é também descrito como retroação ou devolutiva, uma vertente da comunicação interpessoal que pode servir para minimizar conflitos entre indivíduos.

O que significa feedback?

feedback

Apesar da falta de tradução literal do inglês para o português, feedback pode ser entendido como retroalimentação. Transmitir um feedback é informar outra pessoa sobre os aspectos de uma atitude, ou seja, dar uma resposta para as ações realizadas.

Dentro das empresas, é comum que o feedback entre no planejamento de recursos humanos como algo mensal ou trimestral. Essa prática serve para melhorar a qualidade dos serviços prestados e a cultura organizacional. Através dele, é possível informar para um profissional quais atitudes estão sendo positivas ou negativas para a empresa. E, principalmente, indicar direções para que aconteçam melhorias.

Feedback para além do profissional

Entretanto, o feedback também se aplica para outras relações para além do profissional. É comum que as pessoas se privem do direito de dar um feedback. Algumas usam o pretexto de estarem evitando o confronto. Ou ainda, para poupar o outro de opiniões que podem, em um primeiro momento, serem desagradáveis aos ouvidos dele.

Especialmente no Brasil, devido a questões culturais, o medo de magoar o outro faz com que tenhamos um déficit imenso de sinceridade. Isso acaba se refletindo de forma negativa para o país como um todo, pois acabamos vivendo ilusões. Alguns povos tidos como “frios” ou “grosseiros” como americanos, alemães e britânicos são, na verdade, indivíduos que pontuam o errado de maneira franca (porém nem sempre assertiva).

Quando você poupa de gerar confrontos com uma opinião desagradável, você limita a condição do outro de ter acesso a informações importantes. Isso limita você do direito de expressar-se livremente. Da mesma forma, quando não tem a coragem de expressar o quanto algo foi positivo, priva a pessoa de saber que está fazendo algo bom. Além de impedir que ela continue com a mesma atitude no futuro.

A famosa DR (discussão de relacionamento) é como um feedback. Apesar de sua má fama, é fundamental conversar com seu parceiro sobre como está se encaminhando a relação.  Indica-se, desta forma, o que está dando certo ou errado, aperfeiçoando sempre e considerando benefícios para os dois lados. Isso não precisa ser chato e nem deve ser visto como algo negativo.

Suprir o seu interlocutor com informações relevantes acerca da sua concordância, discordância ou simplesmente qualquer outra coisa que possa ser agregada ao tema discutido, no sentido de enriquecê-lo e torná-lo o mais tangível possível é fundamental para construir relações mais positivas e que melhorem a qualidade de vida de ambas as partes.

Feedback positivo é tão importante quanto negativo

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Tão importante quanto entender a necessidade de transmitir opiniões sobre atitudes negativas, é usar o feedback positivo como forma de alimentar ações positivas. O retorno para qualquer ação irá trazer informações que podem ajudar nas vezes em que ela for repetida.

Quando uma ação que tem efeito positivo é realizada por alguém, o feedback se trata de reconhecimento. Uma das grandes causas de falta de motivação e demissão de funcionários nas empresas é a falta desse reconhecimento. Fazer algo além do proposto e muito bem feito, com todas as energias, e nunca ouvir de ninguém qual foi o efeito de sua ação é desanimador.

Essa necessidade de status ou estima do ser humano é descrita na Pirâmide de Maslow como um dos elementos primordiais para a sobrevivência. A Pirâmide de Maslow é um conceito criado pelo psicólogo norte-americano Abraham H.Maslow, que determina as condições necessárias para que cada ser humano atinja a sua satisfação pessoal e profissional.

De acordo com a ideia de Maslow, os seres humanos vivem para satisfazer as suas necessidades, com o objetivo de conquistar a sonhada auto realização plena. O esquema descrito na Pirâmide de Maslow trata justamente da hierarquização dessas necessidades ao longo da vida do ser humano. A Pirâmide de Maslow é dividia em cinco níveis hierárquicos, cada um formado por um conjunto de necessidades.

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A falta de feedbacks positivos acaba desmotivando a pessoa de continuar agindo de determinada forma ou de testar novas práticas a partir disso. Isso limita a criatividade, a proatividade e a abertura para novas atitudes que beneficiam uma relação.

Como dar bons feedbacks  

A partir disso, é preciso conhecer formas para transmitir feedbacks com zelo e cuidado. O intuito é construir, ajudar e de dar subsídios ao outro e à relação. Uma resposta mau apresentada à uma ação machuca, fere, destrói e sabota as relações.

O feedback precisa ser objetivo, claro e comunicado no tempo certo. Isso é fundamental para que a ação seja corrigida logo depois do acontecimento, permitindo pronunciamento ou justificativa diante de determinada situação. A maneira mais conhecida e que prova ser funcional de transmitir essa resposta é o feedback sanduíche.

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Bem desse jeito, uma camada, depois outra e a última fechando tudo.

A primeira característica do feedback sanduíche é considerar seu contexto: onde aconteceu, por que aconteceu, o que conduziu ao acontecimento. Nunca simplesmente entregue uma declaração de feedback crua, sem relembrar esses aspectos no momento de transmitir a resposta. Antes de fornecer o feedback, analise as ações e decisões que levaram a esse momento e inclua no discurso.

Depois disso, o sanduíche começa a ser formado para a transmissão de feedbacks negativos de forma leve e eficiente. A primeira camada se trata de apresentar para a pessoa algum acontecimento recente positivo realizado por ela.

Essa estratégia serve como quebra gelo para não deixar a pessoa apreensiva com uma opinião negativa logo no começo da conversa. Assim, gera uma abertura para que a informação seja absorvida. Um exemplo disso seria falar para um funcionário que está chegando tarde no trabalho, por exemplo, sobre um projeto de qualidade que entregou a algumas semanas atrás e como o tempo dedicado a ele foi crucial.

Quebre o gelo e seja assertivo

Depois de quebrar o gelo, fale sobre a situação negativa. No momento de conversar sobre o problema, relate o mais objetivamente possível o que a outra pessoa fez ou disse. Dê exemplos específicos e atuais. Por exemplo: “Quando você fez X, me senti da forma Y, por causa de Z. O que eu gostaria que considerasse era fazer A, porque isto seria melhor para todos os envolvidos. O que acha?”

Não faça julgamentos nem use rótulos ou adjetivos que atinjam a pessoa de forma dolorosa. Seja claro e objetivo com suas palavras. Fale apenas sobre o incômodo e indique, logo em seguida, uma sugestão para solucioná-lo.

Essa é a última camada do sanduíche: apresentar possibilidades para a solução do problema, transformando o comportamento. Sem essa etapa, o feedback se torna apenas uma crítica negativa. Deixa de ser algo construtivo que irá desencadear em resultados melhores no futuro.

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Como reagir a feedbacks

Saber receber feedbacks é tão importante quanto transmitir. Quando alguém faz uma crítica sobre uma ação sua, qual a reação imediata? O mais comum é ficarmos na defensiva, procurando justificativas antes mesmo de ouvir o que a pessoa tem a dizer.

Para reagir bem a feedbacks, é fundamental ouvir com calma e atenção, respirando devagar, sem deixar que a situação se torne estressante. Respirar profunda e completamente força nosso corpo a relaxar e permite que nossa mente se conserve mais alerta.

Não interrompa ou desestimule quem está te transmitindo o feedback. Faça perguntas para esclarecer melhor o que está sendo discutido e peça exemplos específicos se achar necessário. Acima de tudo, reconheça o feedback e procure analisar seus pontos válidos. Entenda o que foi dito e analise as sugestões passadas.

Depois da reflexão, teste as soluções e volte para a questão para entender se o problema foi solucionado. Ouvir opiniões construtivas sobre seus comportamentos, é uma das melhores formas de crescer. Pode ser dentro de uma relação ou como forma de autoconhecimento.

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Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta
Lider na américa latina na produção de conteúdos de saúde mental

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