Esquizofrenia paranoide é o tipo mais comum de esquizofrenia.
A esquizofrenia é um distúrbio mental grave, que atinge cerca de 1% da população mundial. Afeta homens e mulheres, em igual proporção. A única distinção é quanto a faixa etária. Nos homens, os sintomas costumam aparecer a partir dos 15 anos de idade. Já nas mulheres, se manifestam na casa dos 30 anos, ou até mais tarde, coincidindo com a menopausa.
Sua principal característica é a perda do vínculo com a realidade, demonstrada pelo comportamento, percepção e pensamentos deturpados.
A esquizofrenia paranoide – também denominada esquizofrenia com paranoia – é o subtipo da doença mais comumente diagnosticado.
Os demais subtipos relatados são: esquizofrenia simples, esquizofrenia desorganizada, esquizofrenia catatônica, esquizofrenia residual e esquizofrenia indiferenciada.
Neste artigo, vamos nos centrar no entendimento da esquizofrenia paranoide, esclarecendo os questionamentos mais recorrentes sobre o transtorno.
Os sintomas mais evidentes, nos casos de esquizofrenia com paranoia, são as alucinações e delírios. Porém, não raro, esse quadro é uma evolução de um estado prévio, quando o alheamento da realidade e temperamento ansioso já poderiam ser observados.
Na fase inicial da doença, portanto, é possível notar que a pessoa apresenta indícios como:
É importante salientar que essa lista não esgota os sintomas preliminares da esquizofrenia paranoide. Apenas sugere comportamentos que não devemos negligenciar.
Lógico que, não necessariamente, eles descrevem um esquizofrênico. Porém, quando aparecerem em conjunto, recomenda-se que a avaliação médica seja requisitada, pois tendem a revelar algum distúrbio – ainda que leve e de simples tratamento.
Quando a esquizofrenia chega ao estágio em que os delírios e alucinações ocorrem, a doença fica mais evidente. Ainda assim, pela falta de informação adequada, pessoas próximas podem relativizar as narrativas ou episódios que testemunham.
Uma inferência comum é interpretarem o comportamento estranho como sinal do uso de drogas ou abuso de álcool. Outros, atribuem conotações espirituais, religiosas – até porque as alucinações incluem relatos de conversas com espíritos, demônios ou divindades.
Já que pontuamos um primeiro exemplo, aproveitamos o ensejo para desenvolver melhor o tópico, apresentando outros padrões de alucinações recorrentes na esquizofrenia paranoide.
Conceitualmente, alucinação é uma perturbação sensorial, que gera falsas impressões visuais, táteis, olfativas, auditivas e gustativas (ou seja, em qualquer um dos 5 sentidos).
No diagnóstico da esquizofrenia, a percepção de alucinações frequentes é um sintoma claro. Costumam ser mais de natureza auditiva e visual, embora os outros sentidos possam ser afetados.
Dentre os exemplos de alucinações comumente reportadas, os pacientes afirmam:
O delírio pode ser definido como uma crença inabalável, uma convicção, que não encontra correspondência com a realidade. Ou seja, o paciente delirante assume como verdade um juízo próprio da realidade, que não pode ser removido com argumentações ou raciocínios lógicos, apresentados por outra pessoa.
Exemplos clássicos de delírios experimentados por pacientes com esquizofrenia paranoide são:
As pesquisas sobre as causas da esquizofrenia ainda são inconclusivas. A hipótese mais aceita é de que a doença seja multifatorial, sugerindo que os sintomas se desenvolvem em pessoas com alguma vulnerabilidade biológica, somada a agentes estressores psicológicos, ambientais ou físicos.
Desse modo, apresentaremos uma lista com fatores que podem contribuir para a explicação do desenvolvimento da esquizofrenia paranoide. Mas, tenha em mente que nenhum deles é uma resposta definitiva para compreensão dos casos.
A imprecisão quanto às causas acaba dificultando o diagnóstico do transtorno. E os sintomas, especialmente nas fases iniciais, podem passar despercebidos. Como, no caso do sexo masculino, o distúrbio começa a se manifestar em idade compatível com os anos finais da adolescência, não é incomum que os sintomas sejam confundidos com comportamentos normais da idade.
Infelizmente, o atraso no diagnóstico – a média é uma demora de 7 anos entre os primeiros sintomas e a confirmação da doença – impede o tratamento precoce, que traria resultados mais efetivos.
Como não existe uma base biológica clara, que possa ser assumida como causa da esquizofrenia, também não é possível detectá-la através de exames laboratoriais.
No entanto, existem duas medidas elementares para o diagnóstico do transtorno. E, uma delas é, precisamente, a solicitação de exames de sangue, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Isso porque é fundamental investigar outras possíveis causas dos sintomas, tais como tumores cerebrais, esclerose múltipla, epilepsia e Alzheimer, por exemplo. Assim, se trabalha por exclusão.
A outra medida é a avaliação psiquiátrica, que se respalda por critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM-5) e da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
O psiquiatra realizará entrevistas, tanto com o paciente quanto seus familiares, investigará seu histórico, observará a descrição dos sintomas e há quanto tempo ocorrem, dentre outros aspectos.Essa etapa do diagnóstico também precisa trabalhar com o princípio de exclusão. Como as doenças mentais podem apresentar sintomas semelhantes, é preciso que psiquiatra descarte as possibilidades do paciente apresentar, por exemplo, depressão ou bipolaridade.
Não há cura para a esquizofrenia, mas há tratamento. O psiquiatra indicará os medicamentos mais apropriados, sendo os antipsicóticos a base da prescrição. É um tratamento contínuo, que não pode ser interrompido.
A internação (hospitalização), presente no imaginário como medida usual, só ocorre em casos excepcionais: durante um período de crise ou quando os sintomas estão muito acentuados, colocando o paciente em risco.
Por vezes, quando a medicação não atinge resultados satisfatórios, a terapia eletroconvulsiva pode ser considerada uma alternativa. É importante esclarecer que ela é indolor e não se assemelha ao estereótipo com o qual nos habituamos, por conhecê-la em sua versão arcaica, retratada no cinema.
A psicoterapia é outra etapa importante do tratamento, pois auxilia o paciente a lidar com o transtorno. Uma das técnicas de melhor eficácia nos casos de esquizofrenia paranoide é a terapia cognitivo comportamental, cujos resultados se fazem notar:
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Caso você tenha algum amigo ou familiar diagnosticado com a doença, é importante saber lidar com ele de forma adequada. Para esclarecer essa dúvida, selecionamos 6 orientações básicas. Confira:
As doenças mentais são um desafio. Tanto para quem sofre com elas quanto para quem convive com pessoas que apresentam transtornos. Buscar informação é o primeiro passo para tratamentos bem-sucedidos.
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Muito obrigada Dra por compartilhar conosco um tema tão delicado , dificil, sofrido para o paciente e para os familiares e tão pouco compreendido pela população em geral.
Agradeço á Deus por ter profissionais como você e como os que temos acesso atualmente que tornam digna a vida de pessoas maravilhosas como as que tanto amamos e que por algum motivo que ainda não entendemos , nasceram com esse diagnóstico raro.
Deus te abençoe!
Essas vozes que alguns médicos diagnosticam como doença, são na verdade demônios que querem enganar e atormentar as pessoas, a biblia ensina o que devemos fazer, seguindo os ensinamentos de Deus todos podemos nos ver livres dessa situação. A ciência é maravilhosa e nós ensina muitas coisas, sem ela não teríamos as maravilhas que temos hoje, mas quando se trata de sobrenatural é óbvio que não é um assunto científico, Deus ensinou o que devemos fazer e é claro que médico nenhum no mundo, e digo mais, nem todos eles juntos, sabem mais do que o próprio Deus. Eu também escuto e sou atormentado por essas vozes (demônios), mas espero que em breve essa situação termine, graças a Deus.
Resisti ao diabo e ele fugirá de vós (Tiago 4:7).
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