Burnout: como manter um ambiente de trabalho mais saudável

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A síndrome de Burnout é um estado físico, emocional e mental de exaustão que afeta centenas de profissionais. Histórias de colegas e chefes afastados em razão do alto nível de estresse enfrentado no ambiente profissional estão, infelizmente, se tornando mais comuns.

Conforme um estudo da International Stress Managament Association no Brasil (ISMA-BR) revelou que 72% dos brasileiros apresentam sequela resultante do estresse crônico.

Com a crise econômica, funcionários desempenham diversas atividades além de sua área de expertise. A sobrecarga de responsabilidades adiciona mais estresse à vida das pessoas, que já precisam fazer malabarismo para executar as tarefas dentro de suas funções originais.  

Além disso, a competitividade do mercado atual demanda resultados extraordinários dos profissionais. Precisamos estar atentos a tendências para podermos competir com os demais. São horas investidas em cursos e qualificações para chegar ao mesmo patamar de outros profissionais.

Muitos aceitam trabalhar expedientes longos ou fecham acordos duvidosos com o empregador ainda que saibam que não é o mais correto. As horas no escritório aumentam enquanto as resguardadas para a família e amigos diminuem.

Todo o esforço para agradar e ser o melhor profissional pode, na verdade, prejudicar a nossa saúde.

Normalmente, a síndrome de Burnout afeta profissionais que trabalham sob constante pressão, como médicos, policiais e bombeiros. Porém, qualquer pessoa está sujeita a desenvolvê-la.

Como a Síndrome de Burnout afeta os profissionais

A pressão para sempre ter um desempenho excelente no trabalho pode ter o efeito contrário: o esgotamento profissional. Em outras palavras, o estresse suga a nossa energia e transforma o desejo que costumávamos ter para trabalhar em desinteresse, fadiga e desânimo.

O absenteísmo – ausência ou atraso dos colaboradores nas empresas – pode aumentar se o ambiente de trabalho não for agradável. Ninguém gosta de frequentar um local onde se sentem sobrecarregados e sem energia. Funcionários desmotivados usam qualquer pretexto para encurtar seu tempo no trabalho.

Além da vida profissional prejudicada, o profissional com síndrome de Burnout apresenta dificuldades para manter as demais esferas de sua vida (família, vida social) em equilíbrio. A pessoa neste estado pode até mesmo desenvolver sintomas de depressão.

É evidente que as empresas precisam se preocupar com a saúde no trabalho e oferecer o devido suporte aos colaboradores doentes para não ser prejudicada.

Os lucros, ainda considerados o mais importante em nossa sociedade, certamente sofrerão uma queda se os funcionários não estiverem bem para trabalhar. Ou seja, investir no bem-estar das pessoas é também benéfico para a empresa.

As empresas são responsáveis pelo ambiente

Valores humanos devem estar presentes na cultura organizacional das empresas para que possamos ver mudanças significativas no modelo de trabalho atual. O esforço para construir um ambiente de trabalho mais saudável e respeitoso deve partir de todos os departamentos, independente da hierarquia.

Ambientes tóxicos com constantes brigas e discussões afetam a saúde mental dos colaboradores visto que se sentem frustrados por não conseguirem trabalhar direito ou intimidados por colegas prepotentes. Chefes e supervisores com gerenciamento inadequado podem sobrecarregar equipes e departamentos.

Para que a Síndrome de Burnout seja prevenida é preciso fazer um esforço em conjunto, começando pelos gestores. Investimentos na qualidade de vida dos colaboradores são indispensáveis para evitar que eles adoeçam e para reduzir o turnover, fenômeno extremamente prejudicial para o rendimento das empresas.

Seja como for o modelo administrativo nas empresas, humanização é o conceito que deve estar sempre presente. Assim, a consideração pela vida social e pessoal dos funcionários bem como seu conforto no ambiente profissional também estará presente nas estratégias que conduzem empresas a atingirem seus objetivos. 

Como criar um ambiente de trabalho saudável

Se a Síndrome de Burnout é resultado do estresse crônico, é preciso pensar em soluções para reduzi-lo o máximo possível. Sobretudo, é necessário reduzir momentos de tensão, conflitos e situações que deixam os funcionários desconfortáveis.

Porém, nem todas estão relacionadas com atitudes da empresa. Profissionais que interagem com clientes frequentemente ou que têm o emocional impactado devido a um ambiente turbulento não podem evitar as circunstâncias desgastantes de seus trabalhos.

As empresas, no entanto, podem balancear os efeitos negativos com iniciativas para promover o bem-estar dos colaboradores.

Promover momentos de descontração

Intervalos entre as atividades ou para tomar um café com os colegas na copa nos ajudam a liberar o estresse acumulado durante o dia. Desse modo, retornaremos ao trabalho com a mente renovada para os próximos desafios.

É também importante para saúde física do corpo ao passo que passar muitas horas sentado diante do computador é prejudicial para a postura. Movimentar-se a cada hora promove a circulação do sangue e alongamento dos músculos.

Dar crédito onde o crédito é válido

Cada membro de uma equipe desenvolve um trabalho que beneficia, direta ou indiretamente, a todos. Gestores, portanto, devem reconhecer o mérito de cada um quando necessário e não diminuir o outro diante do sucesso alheio. As pessoas gostam de saber que seus esforços são apreciados e reconhecidos.

Caso contrário, poderão puxar seus limites para alcançar os resultados desejados e bater suas metas individuais. Esses colaboradores tem maior predisposição para desenvolver a síndrome de Burnout.

Construir relacionamentos na base da confiança

A confiança é a chave para manter bons relacionamentos. Os funcionários devem sentir que podem contar com a empresa até nos em momentos de crise.

A empresa deve compartilhar seus objetivos, visão e valores com os colaboradores para que eles possam se sentir seguros para apostar em seu crescimento. Sem dúvida, a transparência é o caminho para conquistá-los.

Afinal, se não confiamos em alguém, não o levamos a sério e ignoramos o que tem para nos dizer. Mas apenas comunicar suas intenções não é o bastante. A empresa precisa se comprometer com ações e mostrar resultados.

Além disso, a confiança entre colegas de trabalho colabora para uma ambiente mais amigável. As pessoas se sentem mais à vontade para pedir ajuda, expressar e ouvir opiniões e se tornarem mais ativas em projetos em equipe.

Estar aberto ao feedback dos funcionários

Se o desempenho está decaindo, a empresa deve agir com honestidade para identificar o que está causando a baixa performance. Feedbacks podem resultar em mudanças positivas e oportunidades mal aproveitadas ou ignoradas pela empresa.

Muitos funcionários tem receio para compartilhar suas opiniões. Eles apenas comunicam seus pensamentos quando se sentem seguros na empresa. Por isso, comunicação aberta e sincera deve ser um fator imperativo no local de trabalho.

Melhorar o espaço físico

Construir um espaço físico com móveis, iluminação e climatização adequada para trabalhar é benéfico para o rendimento dos funcionários.

Não é possível executar as tarefas em um ambiente desorganizado ou se sentir bem em instalações sujas e mal construídas. Locais pequenos onde as pessoas ficam amontoadas e tem pouca privacidade transmitem uma mensagem de descaso para os funcionários.

Ambientes físicos agradáveis, no entanto, atraem as pessoas e ainda promovem estreitamento de laços entre os funcionários.

Respeitar os limites dos funcionários

Ainda é comum que chefes peçam para os funcionários trabalharem além do expediente ou fazer modificações em seu período de férias para beneficiar a empresa. Essas atitudes forçam as pessoas a forçarem seus limites.

Cada um tem seu próprio limite. Alguns conseguem administrar diversos projetos sem deixar que o estresse tome conta enquanto outras ficam exaustas. Em virtude disso, é dever dos gestores estar atento às limitações individuais dos colaboradores.

Por fim, reforça-se a importância da comunicação como instrumento também nesses cenários. Colaboradores podem manter segredo de suas verdadeiras condições, por isso, devem ser incentivados a se expressarem abertamente.

Percebeu que vários aspectos contribuem para o esgotamento profissional? A síndrome de Burnout não está apenas relacionada à carga de trabalho, mas ao meio em que os colaboradores estão inseridos. O ambiente organizacional exerce grande influência na qualidade de vida dos colaboradores.

O que os colaboradores podem fazer

Embora seja dever das empresas oferecem um bom ambiente, pessoas que suspeitem ter Síndrome de Burnout também podem se ajudar. Se você está constantemente exausto, ansioso, irritado e sem vontade para se socializar, confira algumas dicas abaixo de como você pode tornar a sua vida mais alegre.

Em primeiro lugar, identifique horários vagos em sua agenda e reserve-os para atividades prazerosas, como exercícios físicos, uma boa leitura e encontrar os amigos. Por mais que sua rotina seja caótica, é possível encontrar, pelo menos, 30 minutos para desestressar.

Outra dica é desconectar-se. O objetivo das atividades de lazer é voltar revigorado à rotina. O celular atrapalha porque rouba o foco do relaxamento.

É importante ter consciência de que não é preciso sofrer para trabalhar. Se você sente que seu trabalho o deixa mais estressado do que realizado, faça uma avaliação de sua carreira. Às vezes, é mais benéfico procurar outra empresa do que insistir em algo que não está dando certo.

Alguns chefes podem interferir em nossa vida pessoal e monopolizar o tempo reservado para o nosso descanso, podendo até mesmo ser abusivos. Aprenda a dizer não sem se sentir culpado. A sua saúde é, no fim do dia, o mais importante.

Plataformas como a Vittude Corporate oferecem uma boa oportunidade para que sua empresa comece a investir em saúde mental e melhore o bem-estar do seu ambiente corporativo, além de ajudar no desenvolvimento profissional dos seus colaboradores. O que acha? Dê uma olhada no nosso site e confira todas as possibilidades oferecidas!

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Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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